Quando pensamos sobre o futuro da terceirização, podemos ir além da ideia tradicional de apenas reduzir custos. Uma possibilidade interessante é considerar parcerias que possam acelerar a inovação e facilitar o acesso rápido a novas tecnologias. Tal abordagem poderia trazer maior flexibilidade e sustentabilidade às operações, especialmente se adotarmos um modelo contratual baseado em eficiência.
Já imaginou transformar aquelas áreas que mais demandam tempo e recursos na sua empresa em verdadeiros catalisadores de inovação e produtividade?
Um bom primeiro passo é analisar cuidadosamente cada etapa do processo para identificar oportunidades de maior especialização ou áreas onde o investimento interno possa ser inviável. Essa reflexão prática transcende a ideia de cortar custos — ela destaca onde, de fato, a terceirização tem potencial para agregar valor genuíno.
Em vez de optar por contratos baseados apenas em horas trabalhadas, considere acordos estruturados em torno de resultados específicos. É possível, por exemplo, combinar um valor fixo que assegure os serviços essenciais com incentivos variáveis ligados a objetivos claros, como redução de paradas não planejadas, aumento na disponibilidade das máquinas ou ganhos em eficiência. Nesse modelo, o fornecedor não apenas executa tarefas, mas passa a buscar soluções criativas e inovadoras, como manutenção preditiva via IoT ou inspeções por drones, beneficiando-se diretamente das melhorias alcançadas.
No entanto, o verdadeiro diferencial surge na colaboração próxima entre contratante e fornecedor. Em vez da tradicional gestão à distância, experimente realizar encontros frequentes para revisar conjuntamente indicadores em painéis compartilhados. Esse modelo cria oportunidades para ajustes rápidos, reconhecimento de iniciativas bem-sucedidas e redefinição ágil das metas conforme novas possibilidades surgirem. Uma governança colaborativa assim reduz ruídos, fortalece a confiança e mantém o foco constante em agregar valor.
No horizonte, essa visão da terceirização pode emergir como uma relevante vantagem competitiva, proporcionando:
· Agilidade para escalar serviços conforme a demanda, minimizando burocracias internas;
· Acesso rápido a tecnologias avançadas, sem necessidade de grandes investimentos próprios;
· Parceiros mais engajados e motivados a propor melhorias contínuas, já que também participam diretamente dos benefícios dessa evolução conjunta.
Talvez esse seja um caminho possível para o futuro da terceirização: um ecossistema colaborativo onde contratantes e fornecedores unem forças com foco em metas reais de desempenho e inovação, mantendo sua empresa preparada para os desafios futuros.
Este artigo faz parte do e-book “O futuro da terceirização”, escrito por Allan Nascimento, engenheiro químico pela UFBa, com MBA em Gestão de Negócios e Projetos certificado PMP (Project Management Professional). Allan possui 25 anos de experiência na indústria, sendo cofundador da Planlink, onde liderou mais de 10 milhões de horas em serviços. Ao longo da sua trajetória, atuou como técnico em química, engenheiro de processos, gerente de projetos e atualmente exerce as funções de CFO e Diretor de novos negócios. Além disso, é investidor anjo em startups e Advisor no ecossistema de inovação da Amcham.